Tudo acontece dentro da mente

08/05/2014 00:05

Tudo acontece dentro da mente - Conto Zen

 

Havia um mosteiro no alto de uma montanha onde viviam muitos monges, de diversas idades e origens.

Ali eles meditavam, entoavam mantras, liam os textos sagrados, trabalhavam uns para os outros, e cuidavam da natureza.

Uma vez, um visitante veio conhecer o mosteiro, e para isso um monge foi designado para guiá-lo.
Os dois caminhavam e o visitante ficou encantado com a simplicidade, a paz e a beleza do lugar.

 

Ele então vira-se para o monge e pergunta: Mas diga-me aqui todos são assim, pacíficos, tranquilos? Não vejo ninguém ansioso, apressado... este lugar é um paraíso, quem dera se o mundo lá fora fosse assim também, pura paz, harmonia e tranquilidade. Todos trabalhando serenamente, com o coração aberto e plenamente conscientes.

O monge então diz: Venha comigo que lhe mostrarei uma coisa importante.

 

Eles foram caminhando até o refeitório, e ali eles viviam de modo muito simples. Se alimentavam somente uma vez ao dia, e naquele dia o alimento era uma cuia de sopa de grão de bico.

Os dois chegaram até a porta e ficaram observado os monges se alimentando.

 

Havia um que orava enquanto se alimentava.

- Agradeço por este alimento. Com ele posso trabalhar, experimentar a vida e a benção de viver. A luz do sol, a terra, a chuva, as mãos que fizeram crescer esse grão de bico, manifestam toda a criação, a radiância da natureza inteira em cada grão. Esta deliciosa sopa, que irá alimenta meu corpo, e me dará energia para o trabalho e para a meditação. Gratidão por este alimento sagrado. Sou grato eternamente...

 

Havia um que comia em absoluto silencio. Nada dizia. Puro silencio...

 

E havia um que reclamava sem cessar:

- Que droga isso! Mais um dia comendo essa coisa sem gosto nenhum! Essa sopa de grão de bico de novo? Isso vai acabar comigo mais cedo ou mais tarde! Quem aguenta isso? Me dê uma comida de verdade! Assim desse jeito prefiro passar fome!!

 

O monge e o visitante ficaram ali observando os três em silêncio.

Eis que o monge se vira para o visitante e diz:

-Vê como a vida é como esta sopa o grão de bico? 
Ela se dá a todos igualmente, mas como cada um a vê é que a torna um céu, uma realidade neutra, ou um inferno. 

Na verdade, nada acontece ao grão de bico, ele apenas se dá, está ali, nada mais. 

Porém as interpretações da mente, estas são infinitas...e não é só no mundo que encontramos isso...
Você acabou de ver, o céu e o inferno acontecem dentro da mente, nada acontece fora...

Conto Zen

 

Por que palavras? - Conto Zen

 

"Um monge aproximou-se de seu mestre — que se encontrava em meditação no pátio do templo à luz da Lua — com uma grande dúvida:

"Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os sutras e as recitações são feitas de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se o Dharma ( o caminho para a Verdade Superior )está além dos termos, porque os termos são usados para defini-lo?"

O velho sábio respondeu: "As palavras são como um dedo apontando para a Lua; cuida de saber olhar para a Lua, não se preocupe com o dedo que a aponta."

O monge replicou: "Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a indique?"

"Poderia," confirmou o mestre, "e assim tu o farás, pois ninguém mais pode olhar a lua por ti. As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar. 

A Lua está e sempre esteve à vista. O Dharma é eterno e completamente revelado. 
As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o Primeiro Princípio."

"Então," o monge perguntou, "por que os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?"

"Porque," completou o sábio, "da mesma forma que ver a Lua todas as noites faz com que os homens se esqueçam dela pelo simples costume de aceitar sua existência como fato consumado, assim também os homens não confiam na verdade já revelada pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas, sem distinção. Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, pode ser valorizado mais do que é necessário."

O mestre ficou em silêncio durante muito tempo. Então, de súbito, simplesmente apontou para a lua."


A vida é tão plena, tão envolvente, tão presente e absoluta...tudo que somos, temos, sentimos, presenciamos, tocamos....todo o Universo, o Cosmo, tudo e todos a nossa volta são a pura expressão (manifestação) desta Grande Vida, que por ser tão óbvia, tão evidente, simplesmente nos acostumamos com sua presença...e nossa mente classifica a realidade como "coisa banal, ou sem valor"...nossa mente coloca como simples paisagem...

E é aí que perdemos a maior das revelações: A de que não existe nada banal, nada sem valor, pelo contrário, Tudo, simplesmente TUDO nos revela o Absoluto, a Totalidade, Deus, acontecendo a cada momento...
Tudo é Divino, Tudo é a mais bela revelação daquilo que É...

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